quinta-feira, setembro 14, 2006

Money makes the world go round

Noutros tempos, o poder era dominado pela religião, e tudo era feito de acordo com as leis religiosas, embora em muitos casos, manipuladas pelos homens em proveito próprio (veja-se o caso da Inquisição).
A partir do século XX, o poder caiu nas mão dos políticos. Também neste caso sempre houve abusos e demagogias, que provocaram guerras mundiais.
Mais recentemente, o poder tem transitado para as mão de quem detém o poder económico.
Tomemos o exemplo de Portugal, onde um dos assuntos na ordem do dia tem sido o fecho de escolas, segundo o ministério, para dar maiores garantias de um ensino de qualidade para os alunos. Embora em alguns casos isso possa ser verdade, na maioria isso acontece por motivos de ordem económica, pois assim poupam na manutenção das escolas, e reduzem o numero de professores, e consequentemente reduzem a factura dos custos.
Também a tensão no Médio Oriente, tem a sua origem nos interesses em volta do petróleo, ou alguém pensa que se não houvesse petróleo nessa zona, haveria todas as guerras que tem havido, com a devida cobertura mediática?
Fica a constatação, de que se fala menos, de que também em África há problemas e guerras, e todas estão relacionadas com jazidas petrolíferas, auríferas, ou de diamantes.
Tudo isto, para quê? Bem, também é lógico supor que os poderes que regem o futebol, são dominados por interesses económicos. Quer queiramos, quer não, hoje existem grandes interesses económicos em volta do futebol, e exemplos como o valor do passe de muitos jogadores, e as SAD's que dominam a vida dos clubes. As transmissões dos jogos envolvem valores importantes, não apenas para os grandes clubes, mas também para os pequenos clubes, e todo o marketing, e merchandising, geram receitas que não existiam outrora.
Tudo isto tem estragado a pureza do futebol, onde se jogava por amor à camisola, e hoje, até no futebol distrital, já raros são os clubes onde os jogadores jogam apenas pelo prazer de jogar futebol, e por amor à camisola.
Tudo isto leva à formação de grandes interesses económicos, que desvirtuaram o futebol, e levaram clubes de dimensão local, ou regional, como o futebol clube do porto a ascenderem no futebol nacional.
O "apito dourado", será talvez a ponta de um imenso iceberg em rota do colisão com a verdade desportiva, e apenas possível num país, onde existe uma aparente inoperância da justiça, para lidar com casos de grande envergadura, e mediatismo.
Pessoalmente não acredito na punição dos arguidos do caso "apito dourado", pois neste país é sempre possível "dar a volta" a estes casos, principalmente por parte de quem dispõe de possibilidades económicas (aí está), para contratar equipas de advogados, que encontrem saídas do lamaçal criado pela corrupção.
Casos comprovados de corrupção, como o caso da viagem ao Brasil facturada ao FCP, pela agência Cosmos (também acho que pertence aos irmãos Oliveira, corrijam-me se estiver enganado), passaram em claro à justiça.
Pinto da Costa, deverá ser apenas um "testa de ferro", de uma imensa máquina controladora do futebol português, pois não acredito que um "bronco" como ele seja capaz de sozinho dominar a seu bel-prazer o futebol português, ainda mais quando começa a dar sinais de estar a ficar senil.
Só espero que haja vontade política de um dia lavar a lama que suja o nosso futebol, e possamos desfrutar de um jogo de futebol, sem estarmos desconfiados que à partida já possa estar viciado, mas provavelmente esse dia ainda deverá estar por nascer, além de que desconfio que também os interesses económicos possam já dominar o poder político.
Esta é a minha visão actual do futebol português, que embora pessimista, será a que penso mais real, mas que não passará
disso mesmo, ou seja de uma mera opinião pessoal.

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